Tinha de ser domingo, não era. Fosse o dia, teria visto o melhor mercado de peixes do país. Sobrou caminhar pela orla, de um lado a outro, passando pelos prédios de rocha calcária, pelas barracas de souvenires cheias de turistas com pele em brasa e pela gente dos barcos que desembaraçava as redes de pesca, cantando uma estrofe para cada nó.
O peixe sabe que a menor distância entre mar e prato é todo o tempero que precisa. Ali, eram só vinte passos. Era pequeno o tal bazuga, de sabor muito presente, gordo. Esqueci a salada, queria o peixe. Esqueci a batata, queria o peixe. Não coloquei azeite, nada. Foi assado, tinha o ponto certo de sal e era isso.
O salão tinha um quê de clube naval, em azul marinho e branco, com embarcações em miniatura aqui e acolá. Era o arremate do fio de gente que costurou tudo: a mulher que desembaraçou a rede ali em frente, o garçom que fez o melhor serviço da ilha e a senhora sentada na mesa alegre de adultos, crianças, carrinhos e tal, atrás de mim. Foi ela que brincou com o menino, deixou com ele o sorriso e veio destrinchar meu bazuga. Voltou para a família e resgatou o sábado. Achei lindo.
TARTARUN
www.tartarun.com
Marsaxlokk, Malta
+356 2165 8089
de segunda a sábado:
das 12 às 15hs e das 19hs à meia-noite.
domingos, das 12 às 15hs.
Não menos importantes, nesse filme:
Dos quatro camarões (gambero rosso) crus provados na viagem, esse foi o melhor. |
E ainda teve sorvete de halwa, pasta de gergelim doce, herança árabe típica de Malta. |
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