Seu destino era ser luz - azeitonas Azapa, Chile

Sempre gostei de azeitonas macias e bem maduras. Tamanho não é documento, mas uma das preferidas  do meu mundo é a imensa azapa, que recebe o nome do vale onde é cultivada, no Chile, quase na fronteira com o Peru. 

O fruto não sabia que encontraria ali um território tão perfeito para o seu cultivo. Os conquistadores do século 17 carregaram a variedade sevillana pelo deserto só para gerar o azeite bruto para iluminação das igrejas. Hoje, a azapa é parte da paisagem cultural do Chile e tão cobiçada que, segundo um poeta da época, mesmo para convidados de grande cerimônia só se oferecia três por pessoa. 

Provei orgânicas colhidas à mão, naquele país. Têm casca tão macia que colheitadeiras automáticas podem machucá-las e demoram até 9 meses fermentando para que cheguem à maturação do jeito certo. Infelizmente, no Brasil, abundam as “tipo" azapa, variedade peruana muito boa, mas não tão profunda em sabor e, em geral, colhida um pouco cedo demais, na minha opinião. Ainda assim, são deliciosas e tentei despejar um tanto de saudade aí, nesse pote. 

Prefiro totalmente maduras (negras), mas já estão ótimas na linda fase roxa (sim... as cores, do verde ao preto, são fases do mesmo fruto). 

Fica aqui o meu apelo para as verdadeiras azapa chilenas cheguem aos nossos supermercados.