Tâmaras não são qualquer coisa.
Dizem que as melhores são as Medjool, na foto, que têm o triplo do tamanho de qualquer outra. O problema de "melhores do mundo" é que o mundo de ninguém é igual.
Colocar uma medjool na boca é como engolir uma codorna recheada inteira, com farofa, passas e o escambau, de tão rica, densa e realmente deliciosa, a bicha. Mas as melhores que já comi foram as que um amigo argelino me trouxe de presente, mais claras, longas e chatas.
Sugeriu que eu comesse com leite de cabra frio, como manda o ritual bíblico. Eram do tipo Deglet Nour, do Saara, região de seu avô, onde secam no próprio pé e estão no ponto de setembro a novembro.
Percebi, então, que nunca tinha comido tâmaras. Nada, nem de longe, foi tão bom. As que vejo no Brasil, em geral, apesar de boas, são escuras, bem mais doces e secas. Vêm da Tunísia ou Itália, grandes hubs de distribuição, mas não de produção.
De joelhos, comi as Deglet Nour, gordas, imensas, um tanto arenosas, não muito doces e com gosto de nozes e manteiga.
Viva as tâmaras argelinas, porque as melhores coisas do meu mundo sempre vêm de braços dados com gente e história.
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